Recorde em 2021: Mercado de fusões e aquisições cresce 48% no Brasil

Segundo levantamento da consultoria e auditoria PwC Brasil, o volume de operações de fusões e aquisições nacionais bateu novo recorde no primeiro semestre de 2021. Em todo o ano de 2020, foram movimentados R$ 229 bilhões. Comparativamente, ainda em junho de 2021, já se calcula movimentação de R$ 258 bilhões em operações de M&A anunciadas e concluídas, o que representa um expressivo aumento de 48% frente aos números apurados no primeiro semestre do ano de 2020.

Segundo o levantamento realizado pela plataforma Transactional Track Record, os setores de tecnologia, finanças e seguros estão entre os mais aquecidos dos últimos tempos.

Dentre as instituições financeiras, o Banco BTG Pactual destaca-se pelo número de aquisições realizadas no período: 25 operações que totalizaram mais de R$90 milhões. O Itaú BBA, por sua vez, é responsável por 15 operações, que totalizam mais de R$ 60 milhões.

Especialistas apontam que o aumento de liquidez, resultado da queda dos juros em âmbito global, a maior capitalização e a necessidade de mudanças nas empresas, que buscam adaptar os seus negócios ao cenário da pandemia, correspondem aos principais fatores para o aquecimento do mercado.

Segundo José Cataldo, Head de Research da Ágora Investimentos, a onda de fusões e aquisições é “natural” em momentos de crise, tendo em vista que “empresas mais robustas acabam sendo consolidadoras das menores que não conseguem superar as dificuldades da realidade econômica”.

Motivações das Operações

Renato Stuart, sócio-fundador da RGS Partners, explica que o aumento das operações de M&A está relacionado à possibilidade de as empresas ampliarem seu escopo de atuação, diversificarem-se geograficamente e promoverem a troca de bens tangíveis e intangíveis.

Quando acontece uma compra na área de tecnologia, certamente o que a compradora pensa é que a nova aquisição possui ferramentas mais eficientes para trabalhar dados e refletir do desempenho”, afirma. Stuart destaca, ainda, que isso ocorre principalmente nos setores de e-commerce e educação.

Por outro lado, a título de exemplo de operações de M&A que buscam ampliar o alcance geográfico dos players envolvidos, Stuart destaca as operações relacionadas ao setor de saúde.

A fusão entre NotreDame (GNDI3) e Hapvida (HAPV3) é um exemplo. Enquanto a primeira atua mais no Sul e Sudeste, a segunda ocupa maior espaço no mercado do Norte e Nordeste”, aponta.

Expectativas

Paralelamente ao aumento do volume de transações, verificou-se o crescimento da competitividade entre os compradores, tendo em vista que a demanda permanece superior à oferta de empresas com alto potencial econômico. Para as empresas compradoras, é uma oportunidade de se expandir ou de se verticalizar, além da necessidade de modernização, como constatado no caso de aquisições de startups da área de Tecnologia e Informação.

Além das empresas que estão buscando ativos para incrementar a sua eficiência no mercado, outras também estão se antecipando às eleições e até mesmo a uma possível reforma tributária, diz Diogo Aragão, Managing Director do Bank of America. Assim, com a aproximação das eleições, é prevista uma redução nas movimentações relativas a operações de M&A.

Stuart alerta que “o que as empresas devem fazer é trabalhar com cenários. Não importa se o partido A ou B ganhe a eleição, é preciso ter um plano para cada uma das situações”. De todo modo, estima-se que o mercado deve se manter aquecido até meados de 2022.

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https://einvestidor.estadao.com.br/negocios/fusoes-aquisicoes-crescem-2021/https://valor.globo.com/financas/noticia/2021/07/09/fusoes-somam-us-526-bi-e-ja-sinalizam-ano-recorde.ghtml