Com a elevação dos juros e a ausência de ofertas públicas de ações (IPO), as fusões e aquisições (M&As) começam a mostrar sinais de recuperação no Brasil. Em 2024, até o início de outubro, as transações de M&A já somaram R$ 195 bilhões, um aumento de 56% em comparação com o mesmo período de 2023. O valor já supera o total de R$ 117 bilhões registrado no ano anterior, indicando que o setor está em ascensão, com destaque para setores como infraestrutura, óleo e gás.
O crescimento das operações de M&A se deve, em parte, à reestruturação de empresas em setores como agronegócio e às concessões que devem continuar impulsionando acordos até o final de 2024. Entre as transações de maior destaque estão a venda do controle da Log-In para a francesa CMA CGM, por R$ 6,3 bilhões, e a aquisição de campos de petróleo pela Equinor. Esses movimentos sinalizam uma retomada do interesse estrangeiro em aquisições no Brasil, com fundos de private equity voltando a atuar de forma mais ativa.
Especialistas apontam que, apesar da recuperação observada em 2024, o cenário ainda está distante dos volumes de 2021 e 2022, quando as transações alcançaram R$ 401,5 bilhões e R$ 247,5 bilhões, respectivamente. A queda nos juros nos Estados Unidos e a elevação do rating do Brasil pela Moody’s têm ajudado a impulsionar o mercado, que deve continuar aquecido em 2025, com setores como consumo, varejo, alimentos e infraestrutura puxando novas negociações.
Para os bancos de investimento, 2025 promete ser um ano de crescimento ainda mais robusto, com operações que estão em fase de negociação agora se concretizando ao longo do próximo ano. A aceleração das transações “cross border” e o aumento do apetite de investidores estrangeiros pelo Brasil devem continuar impulsionando o mercado, que volta a se mostrar atrativo para negócios de grande porte e fusões estratégicas entre empresas.