A indústria de fundos de investimento no Brasil celebrou um ano histórico em 2024, alcançando uma captação líquida positiva de R$ 60,7 bilhões, conforme dados divulgados pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Esse resultado demonstra que o setor voltou a atrair mais aplicações do que resgates. A renda fixa liderou esse movimento, com uma captação líquida de R$ 243 bilhões no ano, um desempenho que reforça a confiança dos investidores nessa categoria. O patrimônio líquido da indústria também apresentou crescimento expressivo, atingindo R$ 9,2 trilhões, um aumento de 10,1% em relação ao ano anterior.
Os fundos de renda fixa com exposição ao crédito privado foram um dos grandes destaques do ano. Entre janeiro e novembro, esses fundos captaram R$ 113,3 bilhões, consolidando-se como uma escolha estratégica para investidores que buscam diversificação e segurança. No mesmo período, todos os fundos com crédito privado em carteira registraram captação total de R$ 323,1 bilhões. O número de fundos nessa categoria também cresceu significativamente, chegando a 2.070, o que reflete o crescente interesse por essa modalidade de investimento.
Outro destaque foi a rentabilidade, especialmente para os fundos de renda fixa do tipo dívida externa, que acumularam ganhos de 29,1% no ano, muito acima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) de 10,8%. Entre os multimercados, as estratégias focadas em investimentos no exterior trouxeram retornos atrativos, com rentabilidade de 11,4%, demonstrando o potencial de diversificação geográfica. Esses resultados destacam a capacidade do setor de atender diferentes perfis de investidores, combinando segurança, desempenho e inovação.
Outro marco relevante para a indústria foi a adaptação à Resolução 175, que modernizou a regulamentação dos fundos de investimento no Brasil. Até dezembro, aproximadamente 29% dos fundos já haviam se ajustado às novas normas, representando R$ 2,1 trilhões do patrimônio líquido da indústria. A nova regra introduziu inovações importantes, como a responsabilidade limitada do cotista, que protege os investidores, e maior flexibilidade para alocações no exterior. Essas mudanças fortalecem ainda mais a transparência e a segurança do setor, atraindo novos investidores.