A Americanas iniciou, nesta terça-feira (11), um procedimento arbitral contra os ex-diretores Miguel Gutierrez, Anna Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, responsabilizando-os por uma fraude contábil que resultou em um rombo de mais de R$ 25 bilhões. A varejista busca a condenação dos ex-executivos ao pagamento de indenizações e ao reembolso das custas e despesas da arbitragem, que será conduzida pela Câmara de Arbitragem do Mercado da B3.
A fraude veio à tona em janeiro de 2023, quando a empresa detectou inconsistências em lançamentos contábeis que reduziram o saldo de fornecedores. Investigações posteriores revelaram que a antiga diretoria manipulou demonstrações financeiras e ocultou informações do Conselho de Administração e do mercado. Entre as práticas fraudulentas identificadas estão lançamentos indevidos na conta de fornecedores, contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC) e operações financeiras conhecidas como “risco sacado”.
Os ex-diretores foram afastados de suas funções entre dezembro de 2022 e junho de 2023. Em junho de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, que resultou na prisão de Gutierrez e Saicali, além do sequestro de bens e valores dos ex-executivos, somando mais de meio bilhão de reais.
A Americanas reforçou seu compromisso com a transparência e a responsabilização civil e criminal de todos os envolvidos. A medida foi aprovada pelos acionistas em uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada em dezembro de 2024.
Fonte: Valor Econômico.